domingo, 9 de março de 2008

Matou bandido, então tá valendo?

A divulgação de mais informações sobre o duplo homicídio de dois “suspeitos” mortos pela polícia na última noite de sexta-feira na entrada do Ferry Boat, Água de Meninos, Salvador, ocorrerá amanhã em uma coletiva à imprensa. O conflito entre policias e “suspeitos” gerou o pânico no terminal, e as pessoas assustadas corriam para se proteger do “suposto” tiroteio. Porém, na reportagem do A TARDE da edição de sábado, vimos, mais uma vez, um repórter com poucas informações sobre o caso, já que as pessoas que presenciaram o ocorrido se negavam a fornecer mais informações. É a já conhecida “lei do silêncio”.

Já nas páginas da edição de domingo do mesmo jornal, os leitores puderam conferir que as mortes em decorrência da violência nos fins de semana são, muitas vezes, maiores do que os números divulgados pela Centel (já que a Central não registra como homicídios as mortes em decorrência da troca de tiros de “bandidos” com policias). Ou seja, os dois “suspeitos” não fazem parte da lista.

Esta informação clama para não passar despercebida... E pede que os leitores atentem e reflitam sobre a não inclusão destas duas vidas na conta dos assassinatos. A lógica é a seguinte: foi morto pela polícia, logo não são vidas assassinadas. É exercício do dever legal (os policias não são considerados culpados pela morte dos “suspeitos”, e sabemos que pouquíssimas vezes são investigados pela prática de fazer justiça com as próprias mãos – neste caso com arma de fogo!).

Sabe-se também pela última edição do jornal, que a polícia já trabalha na possibilidade destas duas mortes estarem ligadas a três prisões realizadas no sábado, de supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Será que valerá como uma justifica para as duas mortes?

Informações Jornal A TARDE edições de sábado (08.03) e domingo (09.03).

Um comentário:

André Holanda disse...

Ótimo trabalho, Luciana, é bem isto que se espera da sua atuação, crítica, precisa, relevante, parabens.
André