quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mais números sobre a violência policial no Rio de Janeiro

O jornal Correio da Bahia (03/05) traz os dados de um triste desempenho das políticas de segurança pública que já conhecemos. Uma notícia da agência Folhapress mostra que após um ano de operações realizadas nos complexos do Alemão e na Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, houve um aumento do número de prisões e apreensões de armas na região.

Consequentemente, também houve um aumento de mortos “em confronto com a polícia”. Os autos de resistência – as mortes de “suspeitos” mortos em combate com a polícia – aumentaram quase três vezes entre o ano de 2006 e 2007.

Em 2006, foram 63 pessoas mortas. Em 2007, foram 171 mortos. “As estatísticas são referentes à Área Integrada de Segurança Pública 16, sob responsabilidade do 16º Batalhão da Polícia Militar, e abrange outras comunidades”.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Quebrando o silêncio

No jornal A TARDE de hoje (21/04/2008) vemos a continuação sobre o caso de promoção dos policiais civis que estão sendo processados. O delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo da Paixão, assumiu a responsabilidade e prometeu revisar toda a lista publicada na ediçãodo final de semana do Diário Oficial.

Porém, na continuação da repercusão do caso, o presidente licenciado do Sindicado dos Policiais Civis do Estado da Bahia, Carlos Alberto Nascimento, diz que dois integrantes da comissão interventora no Sindipoc também respondem a processos: um deles por homicídio qualificado e o outro por homicídio e porte ilegal de arma.

O argumento sobre estas promoções: “Uma estratégia para desmoralizar o governador”, disse o presidente. Pelo visto, virão muitas matérias ainda para repercutir estas promoções, a comissão do Sindipoc, o governo do Estado...

domingo, 20 de abril de 2008

Processados e promovidos

Na manchete do jornal A TARDE de hoje (20/04/2008), “Policiais envolvidos em crimes são promovidos”, vemos como a situação da segurança pública no estado ainda promovoca sérias lamentações. Soaria como uma piada de mau gosto, se não fosse tão sério, o fato de termos entre 417 policiais civis promovidos, ao menos sete policiais, respondendo a processos na Justiça.

Dois deles foram condenados a quatro anos atrás pelo crime de tortura e, atualmente, se encontram foragidos. Outro tem dois mandados de prisão decretados por envolvimento com o tráfico de drogas desde 2006... E os casos escabrosos prosseguem! Mesmo casos que com uma frequência considerável aparecem nas páginas dos nossos jornais baianos – mas não só neste Estado.

Porém, estes casos recordados escandalizam ainda mais quando vemos que estes policiais não só estão impunes quanto seguem suas vidas sendo promovidos.. Por nobres razões que só seus promotores conhecem!

O resultado final da reportagem é o mesmo que vemos nos casos que envolvem a violência policial presente no nosso cotidiano. O delegado-chefe da polícia cívil não se pronunciou... O secretário estadual de segurança pública não se pronunciou... O secretário estadual de relações institucionais não se pronunciou... O único contato foi com um assessor de comunicação, mas não valeu! Ele garante desconhecer o assunto...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Nove mortes, seis INOCENTES feridos

Foto do site de Notícias Portugal Diário
Mais uma incursão policial do Batalhão de Operações Policias (BOPE), do Batalhão de Choque e da PM, realizada ontem (15.04.2008) no Rio de Janeiro, deixou nove mortos e seis feridos. O tiroteio aconteceu na Vila Cruzeiro, subúrbio da cidade, e além do saldo brutal de vítimas, segundo informações da Polícia Militar 14 suspeitos foram presos, armas e drogas foram apreendidas.

Na matéria do G1, vemos a confirmação da morte de seis pessoas e na frase abaixo, as informações da PM que confirma que todos eram criminosos. Legitimação dos assassinatos?

Já no parágrafo abaixo, outro resultado comum que todas estas incursões costumam proporcionar: mais seis feridos, que segundo as informações do Hospital Getúlio Vargas não teriam nenhuma ligação com os traficantes de drogas. Neste caso, até um intertítulo condescendente temos: Seis inocentes feridos.

Levando em conta que cerca de 180 homens do BOPE, do Batalhão de Choque e da PM participaram da operação, o número de mortes poderia ter sido bem mais trágico.

segunda-feira, 31 de março de 2008

MP de Goiás toma medidas contra a Violência Policial

O jornal goiano, Diário da Manhã, divulgou que o Ministério Público do Estado deu um passo considerável na direção do combate à violência policial. A promotora Alice Barcelos, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e do Controle Externo da Atividade Policial, expediu recomendações aos promotores de justiça, sugerindo medidas para combater à violência policial por meio de ações de improbidade.

O efeito seria a condenação dos criminosos à perda do cargo, uma vez que a ação fosse julgada a favor da vítima. Além disto, a promotora aconselha o encaminhamento da denúncia ao Centro de Apoio Criminal e do Controle Externo da Atividade Policial, com o objetivo de formular um diagnóstico sobre as práticas violentas cometidas por policais (crimes de tortura, homicídios, entre outros).

Também esteve presente no documento da promotora uma crítica ao crescente percentual de atos praticados por policiais com violência. Por fim, temos ainda a boa notícia de que este ano o Plano Geral de Atuação do MP tem como meta na área criminal coibir mais intensamente este tipo de ação.